Neste artigo, proponho-lhe uma nova forma de olhar para o guarda-roupa. Partilho consigo a minha experiência pessoal, mas também contribuo com a minha opinião de organizadora profissional, que vê em primeira mão como pode ser dificil conseguir um guarda-roupa harmonioso.
Quantas vezes nos dizem que devemos ter menos peças, que devemos ter apenas roupa que nos favorece, mas não sabemos exactamente como lá chegar?
No dia a dia, sente que a roupa lhe veste lhe fica toda bem? Ou, como eu sentia, acha que algumas roupas a deixam pálida, com mais olheiras e com um ar menos saudável do que gostaria? Que quando as vê na loja, ou na sua amiga têm tudo a ver consigo e depois algo não bate certo…
Pois para ir de de A (este lugar onde nem sempre nos sentimos satisfeitas) para B, (o destino onde sabemos o que usar e sentimo-nos bem com isso) uma profissional de estilo poderá ser a pessoa certa para nos ajudar.
Para mim essa pessoa foi a Cris Hélsias, e o primeiro passo da solução (que fez uma diferença incrível) uma análise de coloração pessoal.
O que é uma Análise de coloração?
Pelas palavras da Cris – “É um estudo com o objetivo de selecionar as cores que melhor valorizam e se harmonizam com o seu colorido, para que, sabendo quais são elas, possa escolher com segurança e facilidade, roupas, acessórios e maquilhagem, usando cor como ferramenta para versatilizar looks e editar o armário.”
Ou seja, o nosso biótipo – tom e subtom da nossa pele, que são resultado da conjugação de características como: cor do cabelo, dos olhos e temperatura da pele, fazem com que nós tenhamos reações mais ou menos harmoniosas a determinadas cores. Na prática, isto faz com que, usando as cores certas, tenhamos um ar menos cansado, envelhecido, buço e rugas menos evidentes, etc. Quem não quer isso? Eu quero certamente!!
É esta “nossa cor pessoal” que a consultora avalia e decifra durante a análise de coloração e que depois vai resultar numa cartela de cores com a sua estação.
Segundo o método, cada pessoa será um de 12 tipos (enumerados abaixo), que resultam da conjugação das estações com o seu nível de contraste (suave, claro, quente, intenso, puro ou profundo). Este método foi optimizado por Mary Spillane, consultora de imagem e estilo nos anos 90. As 4 estações, agrupadas em 12 diferentes classificações, que são utilizadas atualmente:
- Primavera Clara
- Primavera Quente
- Primavera Intensa
- Verão Suave
- Verão Claro
- Verão Puro
- Outono Quente
- Outono Intenso
- Outono Profundo
- Inverno Suave
- Inverno Puro
- Inverno Profundo
Como funcionou o processo?
Numa primeira fase, a Cris enviou-me um questionário, para avaliar como eu uso a cor, qual a minha interpretação pessoal das cores (como me fazem sentir, quais conjugações de cor uso) e ter também algumas indicações sobre o meu estilo pessoal.
Na consultoria presencial vimos as necessidades diárias de looks, as minhas prioridades em relação ao que visto (sentir-me confortável, elegante, simples mas alegre) e quais as minhas preferências em relação a tecidos, acabamentos e modelos. Neste ponto, pelo trabalho que já faço regularmente de analisar o guarda-roupa acho que já tinha umas noções bem claras.
Foi muito engraçado, porque a Cris usa vários modelinhos de peças de roupa, que fui conjugando como se estivesse a escolher roupa para eu vestir e só esse exercício trouxe-me tanta clareza sobre o que faz sentido para mim.
Depois, fez a avaliação de cores colocando os lenços coloridos e fazendo a leitura da reação da minha pele, chegando à paleta – Outono Quente.
Para terminar, voltou a retirar os seu modelitos e demonstrou-me como posso conciliar as cores que me favorecem usando de diverasa formas, desta vez já acompanhado pela minha cartela. A cartela, este leque da imagem que dita a nossa paleta fornece na ponta da mão um guia incrível que tem:
- As minhas cores principais
- Os meus tons nude
- Os meus tons neutros
- Quais as maquilhagens para a minha coloração
- base
- batons
- sombra
- blush
- lápis e mascara
- 24 combinações pré-feitas para diversos contrastes
- Os meus metais (no meu caso dar primasia a dourados e acobreados foscos)
Para terminar a Cris ainda me enviou um dossier da análise, super prático e facil de consultar, com conselhos práticos para optimizar os resultados e usar no dia-a-dia e 6 looks diferentes (criados com a minha roupa) que eu realmente tenho vontade de usar.
Tive que comprar roupas novas e deixar de usar cores que não me ficam bem?
Não. A este nível aprendi como usar peças, que embora não pertençam à minha paleta de cores, ao serem conjugadas com cores da paleta ou usadas como acessório funcionam. Ou seja, aprendi também uma forma mais correta de as usar.
Quanto às compras, comprei apenas duas peças que já estavam na minha lista, mas em cores que antes eu não procuraria. Uma camisola salmão e um blazer rosa velho (ao invés do azul escuro tradicional que estava na lista), porque sem dúvida fazem check em muito mais opções e me favorecem.
Quais as principais vantagens que senti que me trouxe esta análise?
- Um armário muito mais funcional, em que aprendi novas formas de conjugar as peças que tenho. Combinações que eu nunca arriscaria, mas que de facto ficam muito bem.
- Um filtro muito mais eficaz para lidar com a edição do armário. Tenho o critério da cor, da conjugação com o resto e sei efectivamente distinguir como pode ou não funcionar.
- Uma abordagem muito além das roupas porque cor também envolve acessórios e maquilhagem e tudo isso vem recomendado na nossa cartela. Que é oferecida na análise de coloração.
A nível interno:
- Uma reflexão pessoal guiada acerca do meu estilo, que por ter sido intencional e acompanhada me impactou muito mais do que quando a faço sozinha.
- Uma valorização da minha personalidade através das roupas, das cores, dos tecidos, porque desde que fiz e vou colocando em prática, gosto muito mais do que vejo no espelho.
Tudo me faz mais sentido. Tem mais significado. Foi um redescobrir do estilo. Algo que tinha passado claramente para um nível mais superficial e automatizado e por isso muito menos interessante. Agora o conceito de guarda-roupa para mim é uma conjugação entre o que gosto e me faz sentir confortável, o que me fica bem e se adapta a esta fase da vida.
Resumindo, o meu primeiro pensamento quando terminei a sessão foi: Porque é que eu não fiz isto antes?E até sei a resposta. Preconceito. Shame on me!
Achava que uma consultora de estilo me ia “obrigar” a usar uma série de coisas que não tinham nada a ver comigo…porque a maioria das consultoras que seguia, eu não me identificava nada com o estilo (sempre demasiado colorido e pouco adaptado ao dia-a-dia). Achava que não ia valer o investimento porque era um serviço “para executivas” e não podia estar mais errada. Construindo um paralelo com a organização penso, quantas clientes já me confessaram que tinham medo que eu as “obrigasse” a destralhar coisas que não queriam… Quantas tiveram o pensamento que a organização é para os ricos…
São serviços que à primeira vista não são considerados essenciais, mas fazem muita diferença no nosso dia-a-dia, na nossa valorização pessoal e tornam a nossa vida muito mais facil e feliz. Vale a pena pensar nisto.
Links úteis para saber mais sobre o tema:
Leituras para optimizar o guarda-roupa
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