Esta ideia surgiu para resolver um problema concreto. Como evitar a desordem numa moradia de rés-do-chão e primeiro andar, quando as crianças são pequenas e a sala e a cozinha (onde passamos a maioria do tempo) são no andar de baixo e o quarto com os brinquedos no andar de cima? Como evitar os montes de brinquedos espalhados e misturados pelas várias divisões da casa?
Então, entre conversas com a minha amiga Daniela que começava a usar o Método Montessori com o seu filho, ocorreu-me esta possibilidade.

Criar um rodízio de brinquedos

Então vamos ao que interessa. Qual o passo a passo para criar um rodízio de brinquedos?

1.Criar grupos

Crie grupos de brinquedos por tema e coloque cada grupo num cesto, caixa ou outro recipiente que pareça adequado. Vou-lhe deixar algumas sugestões.

Por exemplo:

  • Para rapaz (1-Piratas, 2-Quinta, 3- Pinturas, 4 – Safari, 5-Carros, 6- Comboios, 7 – Livros e jogos, 8- Dinossauros).
  • Para Rapariga pode trocar os carros e dinossauros por 5- Barbies, 8 – Pini-pon.
  • Outras ideias: cozinha, pasticinas, legos, cabeleireiros

Eu fiz oito no total, porque sei que para os meus filhos a variedade é importante. Como são duas crianças com três anos de diferença, também é importante ter mais variedade e escolher temas que gostem de brincar em conjunto.

 

2. A escolha

A cada dia, ao chegarem da escola ou após o jantar, conforme a sua rotina, deixe escolher um cesto para brincar. Se for uma criança pequena pode ser um dos pais a escolher. Eu esvaziei a parte de baixo do louceiro que tenho na sala para colocar as caixas, para ser mais prático (e fica fechado, devido aos assaltos infantis) mas pode ter no quarto e levar apenas o cesto para o local mais conveniente.

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3. Brinque com a criança

Até que a criança interiorize este sistema é importante que brinque com ela. Falo por mim, só de saber que não vai ficar tudo caótico até fiquei com mais vontade de brincar!

 

Link para o móvel na imagem

4. Escolha o local

O local onde a criança brinca é o local onde gosta mais de brincar. Cá em casa coloquei na sala e os restantes brinquedos estão arrumados no quarto (ao qual só têm livre acesso para desarrumar ao fim-de-semana). Optei pela sala porque na rotina diária, especialmente sendo inverno, é a divisão mais confortável, mais quente e onde nos reunimos todos.

5. Torne confortável

Como pode tornar o espaço convidativo à diversão? Eu coloquei uma manta polar XL no chão a delimitar a zona onde são as brincadeiras, eles gostam de brincar descalços e assim ficam muito confortáveis. Mais tarde, quando se começaram a interessar mais pelos trabalhos manuais e jogos coloquei uma mesa pequenina e dois bancos da Ikea.

6. Torne irresistível

Como a quantidade de brinquedos é menor e para poderem tirar partido das outras coisas que receberam no Natal, resolvi em cada um dos conjuntos,  fazer um upgrade. Vamos ao quarto buscar uma construção para completar. Por exemplo, no dia em que brincam com os carrinhos levamos a garagem para a sala ou um tapete que é uma pista de corridas; no dia em que é a quinta, levamos as cavalariças da Playmobil que são uma mala que se abre e dá para abrigar os animais, e por aí em diante.

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7. A manutenção

Outra regra importante, no final da brincadeira todos os brinquedos regressam à caixa, ou cesto e são os miúdos que arrumam.

 

Melhorias que outras mães e eu mesma reparámos:

  • Existe um grande entusiasmo em escolher com o que vão brincar. O meu filho assim que chega a casa pergunta logo se podem escolher com que área é que vão brincar.
  • A diferença ao nível da arrumação é brutal. Não há mesmo outra palavra para refletir este impacto. Há muito menos para espalhar em termos de quantidade e a habituação a uma rotina de voltar a colocar no lugar é fluida. Até no caso de não ser a própria criança a arrumar, a manutenção é simplesmente colocar no cesto/caixa, ou seja, demora 2 minutos.
  • As brincadeiras duram mais tempo, eles descobrem vários tipos de brincadeiras e ao fim de 3 dias deste sistema, já nem se lembravam de pedir mais coisas para brincar, criam as suas histórias e a concentração por haver menos variedade é impressionante.
  • As crianças tiram muito mais partido dos brinquedos que têm e cada brinquedo parece novo, há uma janela de entusiasmo que se abre e até para os pais se torna surpreendente. Conseguimos facilmente perceber com que coisas é que gostam mais de brincar, o que na confusão e abundância de antes era confuso. O que facilita não só o investimento em brinquedos que agradam mais, como o descarte ou até troca com outra criança que se interesse pelos brinquedos que o seu filho não gosta.
  • Aproveitam brinquedos ótimos, que muitas vezes acabavam esquecidos no meio de tanta abundância e a diversão é tanta que nem pedem para ver televisão. Aliás, um dia liguei os bonecos e disseram-me para pôr a manta no chão porque preferiam ir brincar.

Guarde no pinterest o artigo para colocar em prática. Use o esquema do rodízio de brinquedos, e experimente. Vai ver que faz muita diferença e depois conte-me nos comentários como foi a sua experiência, porque como já sabe sem o seu feedback nada disto faz sentido!